Marco Antônio Araújo nasceu no dia 28 de agosto de 1949 em Belo Horizonte, Minas Gerais. Mesmo não tendo nenhuma influência musical em sua família, o seu destino já estava traçado para a arte. Em 1968, Marco Antônio entrou para uma banda chamada Vox Populi, que ainda chegou a gravar um compacto através de um pequeno selo chamado Bemol.
Sua primeira influência direta foram os Beatles. Porém, em 1970, quando já estava morando na Inglaterra, logo se tornou fã de bandas como Pink Floyd, Led Zeppelin, Deep Purple e Genesis. Aquele movimento todo causou fascínio em Marco Antônio, que resolveu voltar para o Brasil, com o intuito de tocar. Chegando ao Rio de Janeiro, iniciou os estudos em Composição Musical, violão clássico e violoncelo, tudo na universidade federal do estado. Nesta época compôs a trilha sonora para a peça Rudá dirigida pelo ator/diretor José Wilker e o balé Cantares para o grupo Corpo de Belo Horizonte.
Em 1977, regressando à sua terra natal, depois de prestar concurso, ele entra para a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, onde ficou até o fim de sua vida. Conciliando o trabalho de músico de orquestra com sua produção independente, começou a fazer shows com produção independente que começaram a atrair um público cada vez maior.
Entre 1978 e 1979, com um grupo de músicos formado por Carlos Bosticco (flauta), Hannah Goodwin (violoncelo), seu irmão Alexandre Araújo (guitarra), Gregory Olson (contrabaixo), Benoir Clerk (trompa) e Sergio Matos (percussão), apresentou os shows Fantasia e Devaneios. Nesta época homenageou John Lennon num show batizado de John Lennon Remember que contou com a participação da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e do Corpo de Baile da Fundação Clóvis Salgado, além de um grande coral.
Com o passar do tempo, várias mudanças ocorreram na formação e o som do grupo possou adotar uma linguagem mais ampla ao mesclar novos estilos musicais, seguindo uma linha mais progressiva. Com a banda agora formada por Alexandre Araújo (guitarra), Ivan Correia (baixo), Mário Castelo (bateria), Eduardo Delgado (flauta), Antônio Viola (violoncelo), Max Magalhães (piano) e Lincoln Cheib (bateria), Marco Antônio Araújo começou a realizar shows e, finalmente, gravar álbuns.
Seu primeiro trabalho foi o disco “Influências”, lançado em 1980, que mesclava com muita excelência a música popular com a linguagem erudita. O LP foi um sucesso de crítica e público, tanto que, a partir daí, a banda realizou 74 shows, se apresentando até em refeitórios de fábricas na hora do almoço. Mas ainda era pouco para Marco Antônio.
Em novembro de 1982, lançou seu segundo disco independente “Quanda A Sorte Te Solta Um Cisne Na Noite” e seguiu divulgando seu novo trabalho em 40 cidades, através do projeto Acorde Minas. Mesmo com muitos shows agendados, o músico ainda achou tempo de produzir discos, como o do compositor Lobo de Mesquita.
Já em 1983, sem contar com os músicos que o acompanhava, Marco Antônio Araújo lança “Entre Um Silêncio e Outro”, disco de produção requintada que contou com a participação do artista plástico Moacir Scliar que pintou a capa sob inspiração das músicas do álbum.
Em 1984, sai uma coletâna chamada “Animal Racional”, porém, em meados de 1985, lança seu quarto trabalho inédito, intitulado “Lucas”, nome do seu segundo filho. Dessa vez, se integra ao grupo Mantra e faz vários shows pelo país e exterior, divulgando esse disco.
Mas nem tudo estava tão bem como parecia. No dia 6 de janeiro de 1986, devido à uma aneurisma cerebral, depois de ficar 5 dias em coma profundo na UTI do Prontocor de Belo Horizonte, Marco Antônio Araújo vem a falecer. Os médicos não sabiam qual havia sido as causas da hemorragia cerebral que ele havia sofrido. O músico que havia regressado sozinho para BH com o objetivo de receber o prêmio de melhor instrumentista do ano concedido pela revista VEJA, mas infelizmente não chegou a receber. Uma enorme perda para a música brasileira.
Marcelo Feitosa
Fonte:http://houseofprog.wordpress.com
Ótimo instrumentista,que com certeza atingiu o objetivo de nos trazer um trabalho musical de qualidade inquestionável.
ResponderExcluirJosé Pereira
ExcluirObrigada por seu interesse!
Este é exatamente o objetivo do Blog, memória de
um trabalho musical de qualidade inquestionável.
Abraços,
Taís Ferreira
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMúsico de talento ímpar. Amigo inesquecível.
ResponderExcluirAdemir
ExcluirObrigada por seu interesse!
Abraços,
Taís Ferreira
Pena que hoje quase não é divulgado esse belo trabalho
ResponderExcluirRaul
ExcluirNosso objetivo é resgatar um pouco dessa memória.
Grata por seu interesse.
Abraços,
Taís Ferreira
Embora curta, sua carreira deixou um legado que jamais será esquecido e a internet e redes sociais hoje cuidam de eternizá-lo, merecidamente. Viva MAA!
ResponderExcluirViva!
ExcluirO objetivo do Blog é resgatar esta memória.
Aliás o blog, foi criado para divulgar o excelente trabalho de seu irmão Alexandre Araújo, com partituras inéditas de Marco Antonio Araújo. Percebi fazendo a assessoria de imprensa que os jovens jornalistas da área cultural em Minas, não tinham nenhum conhecimento de Marco Antonio Araújo para a música mineira, brasileira, universal. Daí o Blog para informar um pouco desta história musical.
Obrigada pelo interesse.
Abraços,
Taís Ferreira
Ainda ouço suas músicas ... Era estudante em BH entre 1983 e 1985, e nosso grupo sempre escutava seus "LP's" .. Dá uma saudade danada ... me recordo também, da turnê "Acorde Minass", que era sempre anunciado na TV. ... lamentavelmente, não assisti. No dia que saiu a notícia de sua morte, foi meio inacreditável ... um cara super, e muito novo ... mas como o Renato Russo viria a dizer muitos anos depois " os bons morrem cedo ...
ResponderExcluirDói na alma, as lágrimas escorrem, vc se pergunta por que?
ResponderExcluirGênio, mito, inesquecível.
Conheci sua obra meio que tardiamente. Comovente.
Caras.......
Como ele não é figura carimbada obrigatória, onde esse país vai parar....
Eu o descobri tardiamente, mas sem dúvida, um dos meus heróis. ..
Sua música me compreende, conversa comigo....
Que gênio absurdo...incrível
Tocou no show música de Minas no que ainda nem era a Praça do Papa
ResponderExcluirLembro também de show na praça do Papa com varios artistas mineiros. Mas me lembro também de algo que há quem diga que estou enganado. Só não sei se foi no fim da década de 1970 ou início de 1980. Fui a um show cover dos Rolling Stones no Parque da Gameleira e tenho certeza que era o Marco António Araújo.
ResponderExcluirCurti muito. O primeiro show que assisti foi na quadra do Colegio Padre Machado, em BH, no inicio dos anos 80. Comprei o disco Influência e escutei muitas vezes. Uma pena termos perdido tão bom músico. Imagino ele tocando com Wander Lee, lá no Paraíso.
ResponderExcluirQue grande perda foi a morte do MAA... assisti a um concerto lindo dele no Parque das Mangabeiras... guardo com muito carinho os CDs Influências e Quando a Sorte te Solta um Cisne na Noite.
ResponderExcluirMe lembro que assisti a um festival de rock no antigo campo do Cuzeiro em que participaram Marco Antônio Araújo, Raul Seixas, Walter Franco, Pepeu Gomes e outros. Você tem informações à respeito desse festival? Qual era o nome do evento? Quantos dias foram? Os artistas que se apresentaram etc.. Obrigado! ABs e parabéns pelo blog.
ResponderExcluirPrezados, boa tarde.
ResponderExcluirE as partituras das músicas do grande MAA, onde podem ser encontradas?
Bom dia
ResponderExcluirVc sabe onde encontro a partitira de Floydiana?
Obrigado