Marco Antônio Araújo foi um guitarrista brasileiro nascido em 28 de agosto de 1949 na cidade de Belo Horizonte e falecido a 7 de janeiro de 1986 vitimado por um aneurisma cerebral, um dia antes de receber um prêmio de "Melhor Instrumentista do Ano de 1985" oferecido pela Revista Veja.
Fortemente influenciado pelos Beatles, em 1968, passou a integrar, como guitarrista, o grupo Vox Populi, que mais tarde seria um dos núcleos formadores do Som Imaginário, que acompanharia o cantor e compositor Milton Nascimento.
Em 1969, gravou um compacto simples pelo selo regional BEMOL, em parceria com o maestro e tecladista Zé Rodrix e os guitarristas Frederyco e Tavito, todos integrantes do Som Imaginário. Participou, como músico convidado, da gravação da música POISON, de co-autoria com Zé Rodrix. Abandonou o curso de Economia e o emprego de bancário para se dedicar à música, indo no ano seguinte viver alguns meses na cidade de Ouro Preto, com a comunidade do diretor de teatro Julien Beck, do célebre grupo novaiorquino "Living Theatre".
Inglaterra
Em 1970, mudou-se para a Inglaterra, onde morou por 2 anos, trabalhando como carregador de móveis e tocando música "folk" no "Troubador" de "Earls Court Rd", época em que conheceu, no exílio,Caetano Veloso e Gilberto Gil, além de assistir a shows de grupos como Pink Floyd, Led Zeppelin, Deep Purple, Gênesis e Supertramp.
Rio de Janeiro
Retornou ao Brasil 1973, vivendo no Rio de Janeiro e descobrindo o fascínio da música erudita, passando a estudar forma musical e composição com Esther Scliar (para quem dedicaria posteriormente um de seus discos). Estudou ainda violão clássico com Léo Soares e violoncelo com Eugene Ranewsky e Jaques Morelembaun, na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi nessa época que compôs trilhas para cinema, teatro e balé, destacando-se desse período a trilha da peça RUDÁ, dirigida por José Wilker e CANTARES, um balé apresentado pelo grupo CORPO, tendo se casado com Déa Marcia De Souza, uma das bailarinas do grupo.
Belo Horizonte
De volta a Belo Horizonte em 1977, prestou concurso para violoncelista da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, tendo sido aprovado e contratado como o seu primeiro músico. Em paralelo com as atividades da orquestra, continuou com a sua produção independente, realizando shows em pequenos teatros, dando início à formação de um público atento e fiel.
Em 1979 passou a trabalhar com o grupo Mantra, do qual faziam parte o seu irmão e guitarrista ALEXANDRE ARAÚJO, IVAN CORREA (baixo) e SERGIO MATOS (bateria). Nessa épóca deixou de tocar guitarra com o grupo, passando a tocar apenas violão. Desse momento em diante, o grupo tornou-se a base do seu trabalho musical e a sua sonoridade fundia os elementos das músicas sinfônica e barroca mineira com o rock progressivo. O MANTRA passou a acompanhá-lo em seus shows e novos músicos foram incorporados , o flautista EDUARDO DELGADO e o violoncelista ANTONIO VIOLA.
Através do projeto "ACORDE MINAS", elaborado pela "STRAWBERRY FIELDS", sua gravadora, em parceria com a Rede Globo MINAS, a COORDENADORIA DE CULTURA DE MINAS GERAIS e a TURISMINAS, no ano de 83, MARCO ANTÔNIO ARAÚJO viajou por diversas cidades mineiras, conquistando um público crescente.
Virava as noites compondo sendo considerado um louco, um obcecado pelo seu trabalho, viciado pela necessidade extrema de criar.
Discografia:
* INFLUÊNCIAS - 1982: seu primeiro LP independente lançado por sua própria gravadora, a STRAWBERRY FIELDS, que segundo o músico: "seria um filtro das coisas que me emocionam e para filtrar estas emoções, as pessoas têm que vivê-las plenamente".
* QUANDO A SORTE TE SOLTA UM CISNE NA NOITE - 1982: foi lançado o seu segundo LP: apesar de bem recebido pela crítica, ainda não satisfez o compositor: "estou investindo tudo em Minas, mas agora é preciso ir a São Paulo e Rio de Janeiro. Não posso ficar parado aqui. É preciso mostrar o meu trabalho para o Brasil", dizia.
* ENTRE UM SILÊNCIO E OUTRO - 1983: dedicado "in memorian" a sua professora Esther Scliar, e trazendo na capa uma gravura do artista plástico Carlos Scliar, foi seu disco mais elaborado, premiando o lado mais erudito de sua formação musical. O disco não teve a participação do grupo MANTRA e contou com os celistas JAQUES MORELEMBAUN e MÁRCIO MALLARD, e o flautista PAULO GUIMARÃES, formando um quarteto de câmara.
* LUCAS - 1984: homenagem ao seu segundo filho, a obra conta com uma homenagem ao guitarrista Jimmy Page.
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